O recente episódio de uma adolescente internada após sofrer constantes agressões raciais em sua escola traz à tona a urgência de uma mudança nas atitudes das instituições educacionais frente ao racismo. No caso do Colégio Mackenzie, em São Paulo, a estudante, bolsista na escola, estava sendo alvo de discriminação, mas suas queixas não foram levadas a sério. Esse tipo de negligência por parte da escola demonstra a falta de um compromisso real com a promoção de um ambiente inclusivo e acolhedor para todos os estudantes. Quando o racismo não é combatido de maneira firme e rápida, os efeitos são devastadores, não apenas para as vítimas, mas para toda a comunidade escolar.
As consequências do racismo não se limitam ao sofrimento psicológico das vítimas. Elas afetam diretamente a qualidade da educação que os alunos recebem. Quando um estudante vive em um ambiente onde a discriminação é tolerada ou ignorada, seu desempenho acadêmico tende a ser afetado. O estresse, a ansiedade e o medo constantes criam um ambiente inibidor para o aprendizado. A escola, que deveria ser um lugar de crescimento e desenvolvimento, se torna um espaço de exclusão e sofrimento, o que pode prejudicar a autoestima e a motivação do aluno.
A falta de uma resposta adequada das escolas a situações de racismo também prejudica o desenvolvimento social dos estudantes. Quando os alunos não veem ações concretas sendo tomadas contra a discriminação, isso transmite uma mensagem de que o racismo é aceitável ou, no mínimo, tolerado. Isso não apenas perpetua o preconceito, mas também pode criar divisões entre os estudantes, prejudicando o ambiente de convivência escolar e dificultando a construção de uma cultura de respeito.
A responsabilidade das escolas vai além de educar os alunos em matérias acadêmicas. Elas devem ser agentes de transformação social, formando cidadãos críticos e comprometidos com a construção de um mundo mais igualitário. Para isso, é necessário que as escolas adotem políticas efetivas de combate ao racismo e promovam uma cultura de inclusão e respeito à diversidade. Isso inclui a capacitação dos educadores para lidar com situações de discriminação, a implementação de programas educativos sobre igualdade racial e a criação de um ambiente de apoio para as vítimas de racismo.
Além disso, as escolas precisam criar canais de denúncia seguros e eficazes, onde os alunos possam relatar casos de discriminação sem medo de retaliação. Esses mecanismos devem garantir que as queixas sejam tratadas com seriedade e que medidas adequadas sejam tomadas para resolver as situações de forma justa. A ausência desses canais de denúncia contribui para o isolamento das vítimas e torna ainda mais difícil a erradicação do racismo no ambiente escolar.
No entanto, a responsabilidade no combate ao racismo não é apenas das escolas. Pais, educadores e a sociedade como um todo devem estar envolvidos nesse processo. A educação sobre diversidade e igualdade racial deve começar em casa e ser reforçada na escola. Os pais têm o papel de ensinar aos filhos desde cedo a importância do respeito às diferenças e da empatia. Esse tipo de educação é fundamental para que as futuras gerações possam viver em uma sociedade mais justa e igualitária.
O combate ao racismo nas escolas também requer uma mudança cultural na sociedade. É necessário que todos se conscientizem da gravidade do problema e se engajem ativamente na luta pela igualdade. As escolas devem ser vistas como espaços de transformação, onde as crianças e adolescentes possam aprender a respeitar e valorizar as diferenças, promovendo a construção de uma sociedade mais harmoniosa e inclusiva. Somente com ações concretas e a participação de todos é que será possível erradicar o racismo da educação e garantir um futuro mais justo para todos.
Autor : Maxim Smirnov
Referencia : https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/05/12/aluna-racismo-mackenzie-internada.htm