O maior cemitério de navios do mundo está situado em Alang, cidade industrial localizada no estado de Gujarat, na Índia, afirma Fernando Siqueira Carvalho. É, atualmente, o principal polo de despacho, desmanche e reciclagem de navios do mundo. Navios de cruzeiros; de cargas; de guerras, barcos; enfim, as embarcações são variadas.
A cidade de Alang atrai embarcações vindas do mundo inteiro, reúne milhares de trabalhadores que visam desmontar o navio, tirando desde fios e cabos, à peças pesadas de aço, dessa forma, é considerado um dos trabalhos mais perigosos do mundo, os trabalhadores estão suscetíveis a desastres e acidentes na operação.
Ademais, países pobres são recorrentes quando se trata de desmanche de navios, como Bangladesh, índia e Haiti, pois possuem leis brandas em relação à saúde e bem estar do trabalhador, sendo o cenário ideal para as empresas que contratam este trabalho perigoso sem querer se responsabilizar e, além do serviço pesado, ganham pouco por dias trabalhados. Os navios chegam até a praia pela maré alta, baixada essa maré, os trabalhadores avançam até para fazerem o desmanche, ressalta Fernando Siqueira Carvalho.
Além da ausência de leis trabalhistas, as normas de segurança são baixíssimas, centenas de trabalhadores morrem todos os anos em serviço, é um trabalho muito perigoso e considerado de formiguinha, pois as peças são levadas de forma braçal da praia até o depósito.
Os navios são feitos por milhares de toneladas de aço e outros materiais valiosos, por isso o processo de desmonte dessas peças é muito importante, relata Fernando Siqueira Carvalho. As peças desmontadas são distribuídas ao redor do mundo em diversos estaleiros. Vale ressaltar que em países em que o desmonte ocorre corriqueiramente, as leis de proteção ambiental são escassas, sendo assim, mais fácil a entrada deste tipo de serviço.