Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deve conduzir investigações para apurar ameaças contra promotor Tales Tranin. Governo também diz que será aberto um procedimento investigatório para apurar os fatos. Ainda não se sabe o teor das demais ameaças, e nem foi divulgado o nome do policial civil.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) investiga supostas ameaças de morte proferidas por um policial civil contra o promotor de Justiça Tales Tranin. A investigação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que atua de forma independente.
Em nota, publicada nesta terça (4), o MP-AC disse que tomou conhecimento da denúncia no final do mês de abril, e desde então, medidas administrativas foram tomadas para manter a integridade física de Tranin. Ainda segundo o MP, o processo está em segredo de justiça.
“No decorrer das investigações, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão contra o policial civil apontado como o autor das ameaças”, diz.
Ainda não se sabe o teor das ameaças e nem quem as proferiu contra Tranin. No entanto, o policial responde a processos no âmbito da Corregedoria de Polícia, segundo o governo do estado. O g1 entrou em contato com o promotor, que disse que não irá se pronunciar sobre o caso. “Sobre as ameaças, procurem o Gaeco, eles que podem falar sobre isso”, resumiu.
O g1 também tentou contato com o coordenador do Gaeco, promotor Bernardo Albano, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Segundo o governo do Acre, que também divulgou uma nota pública nesta segunda-feira (3), será aberto um procedimento investigatório para apurar os fatos, no âmbito da Corregedoria-Geral da Polícia Civil. (Leia no fim da reportagem)
“Existem processos administrativos disciplinares (PADs) findos e em andamento em relação a policiais civis, e em todos observamos as garantias constitucionais como a ampla defesa e o contraditório. Mais, alguns desses procedimentos estão no âmbito de outras esferas do governo, inclusive com decisão da nossa instituição pela demissão”, disse.
Nota do MP-AC
“O Ministério Público do Estado do Acre informa que tomou conhecimento da denúncia de ameaça de morte ao promotor de Justiça Tales Tranin no mês de abril passado, a partir de quando tomou as medidas administrativas cabíveis para resguardar a integridade física do membro do MPAC.
A Procuradoria-Geral de Justiça encaminhou o caso para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que atuou juntamente com a 1ª Promotoria de Justiça Criminal, no procedimento investigatório criminal visando apurar os fatos.
No decorrer das investigações foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão contra o policial civil apontado como o autor das ameaças.
O processo tramita em segredo de Justiça.
Danilo Lovisaro do Nascimento
Procurador-Geral de Justiça.”
Nota do governo do Acre
“O governo do Estado do Acre, por meio da Polícia Civil estadual (PCAC), informa que não tinha conhecimento, até a divulgação pela imprensa, da suposta ameaça de morte feita por um policial civil contra o promotor de Justiça Tales Tranin, uma vez que a investigação vem sendo realizada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que atua de forma independente, no âmbito do Ministério Público do Acre (MPAC).
Informa que, acerca do caso, a reportagem não faz menção ao nome do policial civil, apesar de indicar que este vem sendo investigado em denúncias feitas à Corregedoria de Polícia, por atos incompatíveis com o exercício da profissão.
Existem processos administrativos disciplinares (PADs) findos e em andamento em relação a policiais civis, e em todos observamos as garantias constitucionais como a ampla defesa e o contraditório. Mais, alguns desses procedimentos estão no âmbito de outras esferas do governo, inclusive com decisão da nossa instituição pela demissão.
Diante da divulgação dessa suposta ameaça ao promotor, será aberto procedimento investigatório para apurar os fatos, no âmbito da Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
Destacamos, ainda, que o governo do Acre e a Polícia Civil não coadunam com qualquer tentativa de cerceamento do livre exercício investigatório dos promotores de Justiça e se solidariza com o promotor Tales Tranin.
Ademais, o governo do Estado, por intermédio da Polícia Civil, estará atento ao caso para que a justiça seja feita e não haja qualquer prejuízo à integridade física do citado promotor.