Sírio-libanês é condenado a pagar R$ 1 milhão por morte de bebê

Ernesto Matalon
Ernesto Matalon
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Hospital teria negligenciado fortes dores abdominais de criança de um ano, que se preparava para realizar um transplante

Segundo o processo, a criança foi internada no hospital em bom estado geral de saúde e faria um procedimento preparatório com quimioterapia antes de um transplante de células-tronco. Após a aplicação da medicação durante a noite, porém, o bebê começou a sentir fortes dores abdominais, que foram aumentando conforme passavam as horas.


A família relata que foram receitados escopolamina (remédio para cólicas) e dipirona, mas as dores continuavam aumentando, a ponto de ser necessária a aplicação de morfina por duas vezes. O laudo pericial, incluído no processo, aponta que mesmo com o “abdome tenso e taquicárdico”, o bebê não foi examinado por nenhum médico durante seis horas.


Ainda de acordo com o processo, a equipe médica só teria aparecido quando a criança teve a primeira parada cardiorrespiratória e mesmo com tardios, mas intensivos cuidados, não resistiu e morreu.


A defesa do Sírio Libanês diz que “embora a médica não estivesse realizando o acompanhamento presencial, ela ficou disponível em tempo integral por telefone, trocando informações com a equipe multidisciplinar” e nega qualquer erro ou conduta médica ilícita.


A decisão em segunda instância, dada no dia 25 de julho, no entanto, afirma que houve falta de cuidado médico. “É evidente no caso a negligência da equipe médica, prepostos do hospital réu, uma vez que a demora na avaliação médica do paciente lhe tirou a única chance de sobrevivência, visto que se os réus tivessem tomado todas as providências adequadas em tempo hábil, o menor poderia ter sido submetido aos exames necessários e eventual procedimento cirúrgico e o resultado óbito poderia ter sido evitado”, diz a resolução.

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